Dores e Aflições
Reflexões sobre Dor e Adversidade!
Este post aborda um tema sensível, mas essencial: nossa reação diante da dor e das aflições, baseado na fé. Neste blog, sempre apresento uma perspectiva mais humanista sobre situações complexas. Hoje, quero discutir quem somos nos momentos de aflição.
Frequentemente ouvimos que devemos confiar em Cristo em períodos de dificuldades, mas será que isso funciona para todos? A resposta é: nem sempre. A seguir, explicarei por quê.
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Foto: Alessandra_Ceja19-Pixabay-Design Canva. |
Viver é diferente de Falar.
Não poderia deixar de exemplificar o período da pandemia de COVID-19, acredito que foi uma grande referência para todos que passaram por esse momento de grande aflição. Pessoas perderam seus entes queridos, ficaram doentes e não sabiam se retornariam de leitos de hospital.
Sempre que testemunhei pessoas passando por essas dificuldades, ouvia de outras questionamentos como: “falta mais oração em sua vida”, “devemos confiar mais em Deus”, e coisas semelhantes a estas. Reflito e afirmo que; uma coisa que não dá certo para um, certamente dará para outro, por tanto, não julgo como desnecessário tais questionamentos. No entanto, é perceptível que muitas pessoas que pregam a palavra, sejam para pessoas cristãs ou não, demonstram pouca capacidade de discernimento. Pois, muitos abordam um tema tão complexo de uma forma muito simples, afirmando que as dificuldades que enfrentamos é consequência da falta de oração ou dedicação, exclusivas a Cristo, ou seja, da falta de intimidade pessoal com Ele.
Durante a pandemia do COVID 19, observamos que as coisas não são tão simples quanto parecem. Vimos a perda de entes queridos, sejam eles pastores ou não, levitas ou não levitas, pessoas fervorosas em oração ou adoração, corruptos ou ímpios, enfim, todos os tipos de pessoas, de todas as classes e religiões, experimentaram momentos de desespero por não terem certeza de que poderiam continuar vivas. Isso nos leva a refletir sobre: mais oração ou mais confiança, nos impede de sofrermos dores e aflições!
Reconhecer nossas limitações.
Cada pessoa tem uma reação ou comportamento diferente diante das dificuldades que surgem ao longo da vida. O mais importante é reconhecer nossas limitações, seja em ajudar, aconselhar ou tentar resolver as dores alheias, especialmente quando não possuímos experiência sobre os problemas que as pessoas que estão em dificuldades está passando.
Um dos maiores exemplos que temos na Bíblia, sem dúvida, é o de Jó. Percebam que os amigos que foram ajudá-lo nunca passaram por aquela situação, de dor e aflição. Uma das piores coisas que uma pessoa pode fazer ao tentar ajudar outra que está passando por dificuldade é tentar lançar sobre ela toda a culpa da adversidade, ainda que saibamos que tenham essa culpa. Do que adianta julgar ou emergir as dores passadas? Já aconteceu; o foco precisa ser na solução. Se temos condição de ajudar, ajudemos, do contrário, limitados como somos, o mínimo que podemos fazer é orar pela pessoa; essa atitude acaba sendo muito mais proveitoso para ambos.
Sentimento de medo!
O medo é um sentimento natural do ser humano; não é uma exclusividade sua. Observe que, mesmo Jesus, quando estava para ser crucificado, orou a Deus pedindo para que afastasse D'ele aquele momento de angústia e morte que se aproximava. Podemos perceber claramente que Jesus nos mostrou que todos temos emoções, seja de medo, aflição ou alegria.
Algumas pessoas podem transparecer ser muito mais fortes que outras, mas é em momentos de dificuldade que muitos demonstram não serem o que falam ou demonstram, ou seja, sentem medo. Por isso é importante reconhecer o homem como um “ser limitado” e tomarmos cuidado com as pessoas que tomamos como base de referência na busca por respostas para dores e aflições.
Pessoas que fingem ser o que, de fato, não são. Nem todas as pessoas têm as mesmas condições emocionais que outras, existem pessoas que possuem uma mentalidade mais forte e conseguem resistir a tempos ruins de forma mais branda, mas, em algum momento, elas também sentirão medo, dor ou aflição. Como disse, é um sentimento natural do ser humano.
As variações do medo!
Essa é uma questão muito peculiar a cada um. O medo é uma emoção que carregamos conosco; faz parte da nossa essência. Precisamos entender quais são os sentimentos que derivam do medo, pois, esses sentimentos permeiam nossos pensamentos, fazendo com que tenhamos atitudes e comportamentos negativos, que não ajudam em momentos de adversidade. Lembram quando disse no início do post que muitos, quando estão passando por dificuldades, não conseguem confiar em Jesus? Justamente por isso, emoções, sentimentos e pensamentos geram questionamentos, e nem sempre as respostas vêm da forma que pedimos ou imaginamos, gerando afastamento e desconfiança. Mas Jesus disse, para nós: “Tenham fé”.
Nunca deixe de ter fé!
Jesus, antes de ser crucificado, disse: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua”. Jesus claramente pode ter sentido medo, não por ser crucificado, pois, Ele já sabia que seria, mas provavelmente pela dor que sentiria ao ser crucificado, e ainda por cima por semelhantes menos, virtuoso que Ele.
Jó, diante de toda a dor que passou, nunca deixou de ter fé. Algo que podemos ter de mais virtuoso em momentos de dificuldade é tentar manter a fé em “todo tempo o tempo todo”.
Ter “FÉ”, não é somente acreditar em algo e achar que não vamos fraquejar em algum momento. Como disse, precisamos reconhecer nossos limites e confessá-los diante de Deus. Não adianta tentar transparecer algo que, de fato, não somos. Jó, quando foi provado, as coisas não aconteceram instantaneamente; na verdade, ele foi sendo provado pouco a pouco, o que acabou exercitando sua fé. Uma pessoa que não tem a fé testada é pouco provável que saberá reconhecer os próprios limites!
Alguns sucumbem por muito pouco porque não sabem ou não quiseram reconhecer seus limites; na verdade, até transpareceram ter uma fé que não possuíam. Deus não se deixa enganar, e não podemos enganar a nós mesmos. Por isso é importante reconhecer os limites e trabalhar neles constantemente e de forma contínua, para que, quando as adversidades chegarem, possamos ter estrutura suficiente para suportar os dias ruins, mas abundantes em fé.
Conclusão.
Reconhecer nossos limites, saber que nem todos somos iguais, ter pessoas como referência, mas nunca como diferencial, são coisas que nos ajudam a viver tanto os dias bons quanto os dias maus. Reconheça seus limites, trabalhe neles, peça a Deus direcionamento, seja sincero e diga até onde pode suportar. Se a carga for maior que você pode suportar, solicite a ajuda D'ele; Ele não te negará. Mas nunca abandone a fé.
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por: Claudio Silva |
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