Desonestidade ou Oportunismo?
A Verdade Por Trás dos Vendedores de Cursos no Brasil!
O Problema da Desonestidade
O Brasil tem uma história marcada por corrupção e desonestidade, isso é um fato, mas as redes sociais ultimamente têm intensificado isso. Hoje, a promessa de riqueza fácil exacerbada por alguns influenciadores digitais é uma armadilha comum que explora a vulnerabilidade das pessoas que querer melhorar de vida. Este post analisa como influenciadores digitais transformam a desonestidade em um negócio lucrativo.
Dinheiro Fácil: Um Mito
A ideia de ganhar dinheiro fácil é ilusória. Mesmo herdeiros precisam de grande esforço para preservar sua fortuna. No entanto, o que mais encontramos são plataformas digitais inundadas de promessas irreais: “Ganhe X por hora”, faça dropshipping e fature tanto milhões por mês ou “Transforme sua vida com day trade”. Muitos acreditam nessas ofertas, mas a realidade é bem diferente. Sobre esse último que gostaria de falar um pouco já que tive uma certa passagem por essa área e gostaria de dissertar um pouco sobre essa história com vocês.
A Ilusão do Day Trade
Nos últimos anos, o mercado financeiro tem se tornado uma verdadeira vitrine de oportunidades. Com a evolução tecnológica e o acesso facilitado às informações, muitos indivíduos têm sido atraídos por promessas sedutoras de enriquecimento rápido, particularmente no contexto do day trade. Durante uma simples navegação nas redes sociais, deparei-me com um anúncio que destacava as vantagens deste sistema de compra e venda de ativos em um curto espaço de tempo, o que acabou por despertar minha curiosidade e me levar a uma jornada que, apesar das expectativas iniciais, revelou-se complexa e desafiadora.
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Foto: Pixabay- PIX1861 |
A ideia central do day trade é, em essência, simples: realizar operações de compra e venda de ativos financeiros no mesmo dia, visando obter lucros a partir das oscilações de preços. À primeira vista, a proposta de gerar uma renda considerável a partir da comodidade de casa é, sem dúvida, tentadora. Justamente em uma fase de minha vida, que me encontrava empenhado em montar uma empresa e, ocasionalmente, o tempo livre que surgia parecia ser um aliado propício para buscar algo a mais. Assim, decidi aprofundar-me no assunto e, por conta disso, investi em uma plataforma adequada e, com uma pequena quantia, iniciei minhas operações.
A euforia inicial que experimentei foi arrebatadora. Em minha primeira transação, obtive um lucro bastante expressivo: R$ 700 em menos de dois minutos. A sensação de sucesso imediato levou-me a acreditar que o caminho para a realização de meus planos estavam abertos. No entanto, a alegria durou pouco, pois, rapidamente percebi que o brilho da sorte momentânea não se sustentaria por muito tempo. Ao longo das minhas operações subsequentes, encarei perdas constantes que, em muitas ocasiões, superavam os escassos ganhos que conseguia acumular.
Movido por minha natureza metódica e calculista, decidi investir tempo e esforço para aprofundar meus conhecimentos sobre trading. A internet estava repleta de conteúdo — cursos, vídeos e gurus do trade — muitos prometendo receitas milagrosas para alcançar o sucesso financeiro no mercado. Uma característica comum entre esses traders era a ostentação de um estilo de vida luxuoso, com carros caros, jantares gourmet e viagens exóticas. Nessa fase, confesso que quase me deixei seduzir por um desses cursos, na expectativa de que as fórmulas apresentadas fossem a chave para meus próprios sucessos.
Entretanto, sendo alguém naturalmente cético, decidi buscar mais confirmação sobre a veracidade das promessas feitas por esses “expertos”. A desconfiança, levou-me a observar com mais cuidado. Era recorrente a ausência de gráficos reais que demonstrassem ganhos substanciais, e, quando encontrava um trader disposto a mostrar dados concretos, muitas vezes encontrava relatos de perdas superiores aos ganhos. Essa prática me levou a concluir que, em muitas delas, o foco predominante não estava em educar novos traders, mas sim em vender cursos que prometiam resultados extraordinários, sem que, efetivamente, o conhecimento replicado por esses traders, fosse aplicado de maneira prática e bem-sucedida.
Percebi que o dia a dia de um trader é muito mais árduo do que é apresentado nas redes sociais. Para a maioria, as negociações são marcadas por emoções intensas e, fundamentalmente, pela incerteza. Para além das camadas de glamour que cercam a atividade, há uma realidade crua que envolve riscos financeiros significativos. De fato, conforme fui navegando por essa nova realidade, compreendi que o dia a dia do trader exige um conhecimento aprofundado sobre análise técnica e fundamental, gerenciamento de risco e a capacidade de manter a disciplina em situações de pressão emocional. Porém, mesmo após tantas reflexões e aprendizados, não posso deixar de questionar se realmente há quem viva exclusivamente do day trade de forma regular e consistente.
Durante essa trajetória, conheci um trader que se destacava por sua metodologia, mas, curiosamente, ele não seguia os padrões tradicionais de day trade. Ao invés de se apoiar em gráficos, sua abordagem destacava o uso de dados numéricos e raciocínio matemático rigoroso. Para ele, as variações de mercado poderiam ser analisadas sob uma ótica diferente, que se afastava das práticas comuns que encontrava na maioria dos cursos. Foi a partir desse trader que conheci vários outros que não se apoiava em padrões de gráficos financeiros, e praticando a metodologia matemática utilizada por eles, conseguir ganhos mais consistentes sem precisar gastar tempo, e o principal de tudo, o emocional.
Em suma, a experiência com day trade foi, sem dúvida, um aprendizado valioso. O acesso à informação é um poderoso motor de transformação, mas, por outro lado, é preciso exercitar o discernimento e a análise crítica ao lidar com promessas de riqueza rápida. As ilusões geradas por uma sociedade que valoriza resultados imediatos e o consumo exacerbado muitas vezes encobrem a complexidade real do sucesso financeiro. O day trade, embora possa trazer oportunidades, também carrega consigo um leque de riscos que não deve ser subestimado. Assim, a reflexão que se impõe é a de que o verdadeiro caminho para o sucesso pode estar mais relacionado à educação financeira sólida e o investimento de longo prazo e ao desenvolvimento de habilidades práticas do que às promessas mirabolantes de ganhos instantâneos. Portanto, é imprescindível agir com cautela, pesquisa e responsabilidade ao adentrar no vasto universo das finanças.
Os Oportunistas do Curso, Thigo Fin… e Companhia!
Nos últimos tempos, as redes sociais têm se tornado um palco caloroso de oportunistas, especialmente no contexto da venda de cursos online por influenciadores digitais. Um caso recente que chamou a atenção é o envolvendo alguns YouTubers. O canal Nando Moura101, que postou um vídeo em apoio ao canal do “Felipe Batista”, por se dedicar a criticar a atuação de um vendedor de cursos que, segundo alegações, enganou um número considerável de pessoas. O que nos leva a discutir e refletir as implicações éticas dessa prática mercadológica, bem como os efeitos que ela pode ter sobre a confiança dos consumidores na era digital.
Trecho vídeo do canal do Felipe Batista, Click no link e confira na íntegra todo o vídeo.
Um dos pontos que mais se destaca neste debate é o fenômeno que sustenta a popularidade desse tipo de conteúdo. O indivíduo em questão tornou-se notório, particularmente por suas excentricidades — como, por exemplo, colocar uma escada em uma (Ferrari), em analogia ao “Fiat Uno”, uma ação que, em muitos aspectos, simboliza a busca por engajamento e status. Essa abordagem carismática e, em muitos momentos, extravagante, cativa uma audiência que muitas vezes anseia por soluções rápidas e fáceis para alcançar a riqueza. O algorítmico incentivo do YouTube, que recomenda tais vídeos para milhões de usuários ávidos por sucesso, amplifica ainda mais esse fenômeno.
Um dos pontos que mais se destaca neste debate é o fenômeno que sustenta a popularidade desse tipo de conteúdo. O indivíduo em questão tornou-se notório, particularmente por suas excentricidades — como, por exemplo, colocar uma escada em uma (Ferrari), em analogia ao “Fiat Uno”, uma ação que, em muitos aspectos, simboliza a busca por engajamento e status. Essa abordagem carismática e, em muitos momentos, extravagante, cativa uma audiência que muitas vezes anseia por soluções rápidas e fáceis para alcançar a riqueza. O algorítmico incentivo do YouTube, que recomenda tais vídeos para milhões de usuários ávidos por sucesso, amplifica ainda mais esse fenômeno.
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Foto: Reprodução - Ferrari com escada |
Certa vez o algorítimo me recomendou um video desse Youtuber tal do Tiago Fin..., onde o influencer fez menção a um impressionante crescimento de faturamento, e como ele ficou milionário aos 25 anos. Começando com um modesto valor de R$ 10 mil e evoluindo para cifras que flertam com a casa dos milhões. Essa narrativa, que exalta a ascensão financeira rápida, gera uma expectativa quase utópica nos espectadores. No entanto, ao investigar os produtos que ele oferecia, a conclusão a que se chega é a de que ele estava, na verdade, comercializando o que muitos chamam de “cursos milagrosos”. Tais cursos prometem a transformação financeira através de métodos secretos que, na prática, muitas vezes se revelam vazios de conteúdo e, em última instância, enganosos.
Diante desse cenário, uma questão crucial emerge: por que, efetivamente, aqueles que conseguiram acumular tanto sucesso financeiro opta por vender cursos ao invés de seguir seus próprios caminhos de empreendedorismo? A resposta parece estar enraizada em um modelo de negócios que se sustenta na exploração do desejo humano por riqueza e liberdade financeira. Muitas vezes, o lucrativo nicho dos cursos online apresenta-se como uma possibilidade mais fácil e menos arriscada do que manter um empreendimento próprio. Além disso, promove a ilusão de que o conhecimento adquirido em um curso pode ser a chave para a realização de sonhos, numa abordagem que, ao mesmo tempo, é sedutora e, em muitos casos, enganosa.
Por fim, é importante ressaltar a responsabilidade que recai sobre aqueles que se dispõem a oferecer tais produtos. A disseminação de informações e promessas infundadas não apenas prejudica aqueles que estão em busca de autossuficiência financeira, mas também deteriora a confiança na comunidade empresarial e educacional como um todo. Enquanto consumidores, é crucial que adotemos uma postura crítica em relação ao que consumimos, mantendo vigilância e discernimento diante de promessas que parecem boas demais para serem verdade.
Em síntese, o debate sobre a ética dos vendedores de cursos online revela não apenas uma dinâmica de exploração comercial, mas também a necessidade urgente de uma conscientização coletiva que promova a educação financeira e o pensamento crítico. A reflexão sobre esse fenômeno é vital para a formação de uma sociedade mais informada e capaz de discernir entre promessas vazias e informações verdadeiramente valiosas.
Quais às Táticas Usadas
1. Apego ao Desejo de Melhoria: Exploram a vontade das pessoas de melhorar suas vidas.
2. Ostentação: Usam bens de luxo para criar uma imagem de sucesso.
3. Confusão Mental: Manipulam com discursos motivacionais e argumentos que desencorajam o ceticismo.
Essas estratégias visam convencer o público de que investir em seus cursos são a solução para o sucesso financeiro.
Existe Honestidade em Vendedores de Curso Hoje no Mercado?
A proliferação de cursos online, especialmente no contexto atual de digitalização intensificada, suscitou uma ampla discussão sobre a honestidade dos vendedores que os oferecem. Esses cursos, que frequentemente se apresentam como “diamantes brutos”, exigem uma busca minuciosa para se encontrar conteúdo realmente valioso. A analogia com a mineração é pertinente, pois, assim como as pedras preciosas estão escondidas entre rochas comuns, muitos cursos de alta qualidade se encontram em um mar de promessas vazias e propostas enganosas.
Em minha própria experiência, especialmente durante meu envolvimento com o day trade, recorri a extensivas pesquisas na internet, consultando até mesmo conteúdos internacionais. A constante evolução das ferramentas de tradução facilitou o acesso à informação relevante, permitindo que, com um pouco de empenho, qualquer pessoa possa encontrar cursos que valham a pena. É importante ressaltar que, embora existam sim, vendedores de cursos desonestos, também há profissionais que realmente se dedicam a oferecer conteúdos de qualidade. Portanto, a responsabilidade recai sobre o consumidor, que deve navegar com cautela nesse ambiente saturado.
Um exemplo concreto da eficácia dessa “garimpagem” é a descoberta de um curso de day trade que me custou apenas setenta reais por mês e foi conduzido por um trader competente. Essa descoberta demonstrou que, mesmo em um mercado repleto de alternativas inflacionadas e promessas exageradas, é possível encontrar propostas justas e de qualidade superior ao preço cobrado. Por outro lado, a existência de “pilantras” que visam enriquecer à custa de incautos, cobrando valores exorbitantes por conteúdos superficiais, é inegável e deve ser amplamente reconhecida e criticada.
Portanto, podemos afirmar que, embora a honestidade no mercado de cursos online não seja uma regra, a busca ativa e criteriosa por informações pode levar a resultados positivos. O consumidor deve se informar, comparar opções e valorizar os profissionais que realmente se empenham em entregar valor. Essa postura crítica é essencial para filtrar o que é genuinamente útil do que é mero discurso persuasivo. Em suma, existe honestidade entre os vendedores de cursos, mas ela exige que o consumidor esteja disposto a garimpar e a se aprofundar em suas pesquisas. Ao final, a qualidade do conteúdo disponível pode ser significativamente recompensadora para aqueles que buscam conhecimento de forma consciente e informada.
Conclusão
Concluindo, é importante termos um senso crítico, especialmente em relação às pessoas na internet que exibem bens materiais caros e, ao mesmo tempo, oferecem cursos que não condizem com a realidade que aparentam viver. Antes de confiar, pesquise sobre essas pessoas. Não se deixe enganar, não existe dinheiro fácil.
Se observarmos, muitas pessoas verdadeiramente ricas no Brasil não estão vendendo cursos milagrosos, induzindo as pessoas a faturar milhões. Muitas vezes, trata-se apenas de oportunistas tentando lucrar com promessas vazias.
Vivemos em uma sociedade onde os bens materiais chamam atenção, mas é importante reconhecer que, mesmo entre pessoas com alto poder aquisitivo, há quem prefira simplicidade. Não há problema em almejar coisas boas, mas precisamos entender nossa realidade e priorizar investimentos que realmente tragam benefícios para nosso futuro.
Por fim, lembre-se: "não existe dinheiro fácil."
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