Deve um, cristãos participar de Eventos Esportivos?
Uma reflexão entre dogmas, doutrinas e a realidade.
A participação de cristãos em eventos esportivos, particularmente no futebol, tem gerado questionamentos sobre sua compatibilidade com a fé. Muitos se perguntam se torcer para um time ou assistir a uma partida seria considerado pecado, ou se tal comportamento desagradaria a Deus. Este artigo não cogita ditar se um cristão deve ou não frequentar estádios de futebol, ou praticar o mesmo, mas sim, apresentar alguns pontos para reflexão, de modo que cada um tome a decisão que melhor lhe convém.
É inegável a paixão do brasileiro pelo futebol. Estima-se que a torcida do Flamengo ultrapasse 46 milhões de torcedores em todo o Brasil. Diante desse cenário, vale a pena considerar o seguinte:
Imagine um cristão, mais especificamente, um evangélico, certamente, em algum momento de sua vida, você já se deparou com um cristão que, em um ato de evangelismo, afirmou que o mundo está próximo do fim e que, se você não se converter, irá para o inferno. Falam com tanta convicção que parecem já conheceram o inferno. Muitos podem considerar esse tipo de cristão militante ou inconveniente.
Agora, vamos ao ponto central da reflexão. Segundo dados, 89% das pessoas no Brasil afirmam acreditar em Deus, e mais de 50 milhões de pessoas são de religião evangélica. Imagine se todas essas pessoas não tivessem uma forma de aliviar suas preocupações, ansiedades e angústias assistindo ou praticando um jogo de futebol? Se todo esses milhões de evangélicos, sem essa forma de lazer ou diversão, decidissem sair para evangelizar, impondo suas crenças, doutrinas, dogmas e formas de agir, afirmando que você irá para determinado lugar se não seguir o que elas estão dizendo? Sendo que muitas dessas pessoas, nem sequer seguem ou praticam fielmente o que estão propondo. Seria uma situação complicada, não seria? A cada momento que você estivesse na rua, haveria alguém dizendo para você que está em pecado. Sem dúvida, seria um cenário desafiador.
Trago mais um ponto para reflexão!
Imagina 46 milhões de torcedores do Flamengo, sem mencionar os milhões de torcedores de outros times espalhados pelo Brasil, utilizando a lógica cristã, evangélica, serem privados dessa alegria por considerá-la um pecado, é um cenário desolador, e caótico. Pense nas pessoas que, apesar de enfrentarem diversos problemas físicos e emocionais, conseguem esquecer todas as suas angústias durante os 90 minutos de uma partida e se alegram nesse breve intervalo. Retirar isso dessas pessoas é gerar um vazio, um sentimento de privação que pode ser extremamente prejudicial.
O ponto central é que não existe nada que seja intrinsecamente bom ou mau. O futebol, como qualquer outra forma de lazer, seja para pessoas cristãs ou não, evangélicas ou de qualquer outra religião existente no mundo, é um momento de descontração, de escape da rotina e das dificuldades do dia a dia. As pessoas vão ao estádio, assistem aos jogos na televisão ou se reúnem com amigos para torcerem por seus times com o único objetivo de se divertirem. Não há nada de ilícito nisso.
O Equilíbrio entre Fé e Futebol.
A paixão pelo futebol é inegável, mas quando essa paixão se torna um problema? É importante analisar essa questão à luz dos princípios bíblicos, buscando o equilíbrio entre fé e lazer.
O problema surge quando o futebol se torna uma obsessão, levando à negligência da família, dos compromissos e da saúde financeira. Atitudes como fanatismo, uso de linguagem imprópria e ofensas aos outros também são nocivas e refletem um desequilíbrio.
A Bíblia não proíbe a participação ou o acompanhamento de eventos esportivos. O que se deve evitar são os excessos e as atitudes que violam os valores cristãos, dogmas e doutrinas que proíbem o futebol sem base bíblica podem ser mais prejudiciais do que benéficos por poderem refletir a vaidade humana disfarçada de religiosidade.
Faltar a um culto no domingo para assistir à final do seu time de futebol favorito, que possui mais de 30 anos sem ganhar, é individual e depende da interpretação de cada um. Se você acredita que é possível conciliar a fé com o lazer, não há problema em priorizar o jogo. Afinal, o que Deus quer de nós é que pratiquemos o amor, o ajudemos ao próximo e sejamos justos. Se você é uma pessoa que vive em comunhão com Deus, não precisa se preocupar com a perfeição, dor “ser” inalcançável. Se ficarmos paranoicos pensando que tudo que fazemos é errado, certamente teremos problemas. Portanto, se você pratica todas essas coisas que agradam a Deus, não será por um simples domingo de futebol, numa final de campeonato, que Ele irá castigá-lo por não ir à igreja. Isso não faz sentido. Também não estou dizendo que você não pode considerar isso um pecado, isso fica a critério de cada um.
Conclusão.
Portanto, o cristão deve buscar o equilíbrio, aproveitando o futebol como uma forma saudável de lazer, sem negligenciar seus valores e responsabilidades. A verdadeira fé não se opõe ao esporte, mas a íntegra à vida de forma harmoniosa e responsável. A questão da participação de cristãos em eventos esportivos não é tão simples quanto parece. É preciso considerar diversos fatores, como a necessidade de lazer e entretenimento, o respeito à diversidade de crenças e a importância do equilíbrio entre a fé e a vida social.
Cabe a cada cristão refletir sobre esses pontos e tomar a decisão que melhor se alinha com suas convicções e valores.
E você conhece ou frequenta alguma igreja cristã evangélica ou católica, que proíbe ou não aconselha a prática, participação de quaisquer eventos esportivos?
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