UM GUIA A SABEDORIA.

Aquisição de Sabedoria: Um Guia

10 Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo; pois quem poderia julgar a este tão grande povo?   2 Crônicas 1:10

A busca por sabedoria é universal, permeando decisões empresariais, familiares e pessoais. Definida como a capacidade de compreender para viver com habilidade, a sabedoria não é um atributo casual, mas um direcionamento divino. Seja como pai, marido, líder religioso ou amigo, a habilidade é o cerne da sabedoria. O mesmo se aplica aos estudantes em seu ambiente escolar.

O livro de Provérbios, escrito pelo rei Salomão, nos convida a adquirir sabedoria e discernimento, valorizando suas palavras. Existem três caminhos principais para alcançar essa sabedoria:

• A Sabedoria do Senhor: Através da leitura das Escrituras, percebemos um conhecimento superior e significativo que transcende o terreno. Orar por sabedoria, ler sobre ela, questioná-la e refletir sobre ela nos aproxima de Cristo e, consequentemente, do conhecimento. Dedique tempo à Palavra de Deus, lendo, estudando e memorizando-a, pois a sabedoria, o conhecimento e o entendimento vêm do Senhor. Jesus, desde a infância, cresceu em sabedoria, tornando-se para nós a sabedoria de Deus. Portanto, o primeiro recurso para a sabedoria é o Senhor. Tiago nos aconselha a pedir sabedoria a Deus, que a concede generosamente a todos. Essa deve ser uma prática diária. Mesmo diante de falhas e decisões equivocadas, devemos continuar a pedir a Deus sabedoria e orientação, pois desejamos ser bons líderes em nossas famílias e igrejas. Inclua em suas orações: sabedoria e liderança.

• A Sabedoria dos Outros: O conselho sábio transcende o pensamento contemporâneo. Em um mundo repleto de opiniões diversas, o conselho sábio se destaca como um farol de discernimento. A sociedade pode oscilar entre ideias, mas a sabedoria permanece constante. Cerque-se de indivíduos capazes de oferecer conselhos sábios. Como pais, devemos apresentar figuras sábias aos nossos filhos. Tenha pessoas em sua vida para orientá-lo em momentos de incerteza. Buscar conselhos é crucial. O conselho de um sábio é sempre superior ao pensamento contemporâneo.

• A Sabedoria da Experiência: Aprendemos com nossos erros e com os erros dos outros. Muitas vezes, boas decisões são precedidas por decisões ruins. A vida ensina lições valiosas, pois ninguém é perfeito. Sentimos culpa quando falhamos, mas Deus usa essas experiências para nos ensinar. A Palavra de Deus afirma que os cabelos grisalhos são a coroa da sabedoria, por serem o resultado de decisões difíceis. A experiência é derivada de nossas ações, e a sabedoria, de nossos erros. Um homem sábio aprende com a experiência dos outros, um homem comum aprende com sua própria experiência, e um tolo não aprende com a experiência de ninguém. Devemos buscar aprender com o Senhor e com os outros, mesmo em situações adversas. Estejamos atentos às lições que a vida nos ensina, aprendendo com os fracassos e sucessos dos outros.

Árvore da Tomada de Decisão: Do Egoísmo à Glória de Deus

A tomada de decisões eficazes e ponderadas é uma habilidade essencial em todos os aspectos da vida. No entanto, a busca por decisões acertadas muitas vezes se torna um processo complexo e desafiador, demandando um nível de discernimento e autoconhecimento que nem sempre é facilmente alcançado. A jornada da tomada de decisão pode ser visualizada como uma árvore com diversos níveis, cada um representando um critério a ser considerado antes de se chegar a uma conclusão.

O nível mais básico, e infelizmente o que muitas pessoas se apegam, é o autointeresse. A pergunta “O que é melhor para mim?” define este nível, priorizando a satisfação individual em detrimento de outros fatores importantes. No entanto, um passo crucial na evolução do processo decisório é transcender essa visão egoísta e se questionar: “O que é correto?” Aqui, a moralidade e o senso de justiça entram em cena, impulsionando a busca por ações justas e condizentes com os princípios éticos. É importante ressaltar que, embora a retidão seja um valor fundamental, a intenção por trás das ações também é crucial. Buscar a correção por mera obediência mecânica pode não ser suficiente; o ideal é que as decisões sejam tomadas com amor e obediência a um propósito maior.

Em seguida, surge a questão da sabedoria, que representa um nível ainda mais elevado de discernimento. Uma ação pode ser legal, mas não necessariamente sábia. Consumir bebidas alcoólicas, por exemplo, é legal, mas pode não ser a melhor escolha em diversas situações. Portanto, é crucial avaliar se a decisão, além de ser correta, também é prudente e sensata. A busca por sabedoria exige ponderação, análise das consequências a longo prazo e consideração de diferentes perspectivas.

O ápice da árvore da tomada de decisão reside na pergunta: “O que glorifica a Deus?” Este nível representa o ápice do discernimento, buscando a vontade divina como norte para todas as decisões. Quando o objetivo principal é a glorificação de Deus, as demais considerações, como o bem próprio, a correção e a sabedoria, naturalmente se alinham, pois o que agrada a Deus, por definição, também será benéfico, justo e sábio.

Ensinar a arte da tomada de decisão para as futuras gerações exige ir além dos níveis mais básicos de “O que é melhor para mim?” e “O que é certo ou errado?”. É fundamental apresentar a eles a importância de buscar a sabedoria e, acima de tudo, a glorificação de Deus. Ao se perguntar em primeiro lugar: “O que glorifica a Deus?”, as decisões se tornam mais eficazes e alinhadas com um propósito maior, proporcionando um senso de paz e realização duradoura.

Elementos para a Aquisição de Sabedoria.

A aquisição da sabedoria é um processo que exige a presença de certos elementos cruciais, os quais, quando cultivados, pavimentam o caminho para a obtenção desse valioso bem. 

1. Entre eles, a reverência a Deus se destaca como um requisito fundamental, reconhecendo e honrando a Sua supremacia, assim como o temor reverente ao Senhor. 
2. A humildade também se apresenta como um elemento primordial, pois a arrogância e a soberba são incompatíveis com a sabedoria verdadeira.
3. A capacidade de ser ensinável, a disposição para aprender e a diligência são características imprescindíveis, visto que a sabedoria exige cuidado, persistência e trabalho árduo. 
4. Assim como a justiça, entendida como a retidão moral, é igualmente essencial para agir com sabedoria, além da fé, que permite receber a sabedoria do Senhor.

Observando o oposto desses elementos, torna-se evidente que a falta de reverência a Deus, a arrogância, a resistência ao aprendizado, a preguiça, a injustiça e a infidelidade são obstáculos intransponíveis na jornada em busca da sabedoria. Portanto, para aqueles que valorizam esse bem precioso e desejam tê-lo em suas vidas, cultivar tais elementos se torna um ato de sabotagem, impedindo o florescimento da sabedoria e conduzindo a um caminho de desorientação e errância.

A sabedoria pode ser comparada a um passe livre que garante acesso a todas as atrações de um parque de diversões da vida. É o cartão que abre as portas para todas as jornadas, seja na puberdade, na velhice, na solteirice, no casamento, na alegria, no luto, nas decisões de negócios ou na escolha da faculdade. A sabedoria é o cartão que permite dizer: “Quero que este cartão seja minha entrada para todas as jornadas da vida. Portanto, amarei a sabedoria, obedecer à sabedoria e me disciplinar por ela”.

Glorificando a Deus através da Sabedoria.

A sabedoria, é um tema central em Provérbios, onde Salomão nos convida a amá-la e a obedecê-la como um escudo contra os perigos da vida. Amar a sabedoria significa desejar ardentemente seus ensinamentos, enquanto a promessa de obedecê-la implica em disciplina e compromisso em seguir seus preceitos. Este amor e obediência se traduzem em uma busca constante por discernimento e conhecimento, elementos cruciais para a tomada de decisões acertadas.


Em 2 Crônicas 1, vemos Salomão, diante da oportunidade de pedir qualquer coisa ao Senhor, priorizando a sabedoria acima de riquezas e glória. Esse exemplo nos inspira a buscar a sabedoria como o bem supremo, reconhecendo seu valor incomensurável. No entanto, a sabedoria não se limita ao desejo, mas exige disciplina e autocontrole. Muitas vezes, nossos sentimentos podem nos impulsionar a agir impulsivamente, sem considerar as consequências. É nesse momento que a sabedoria nos guia, nos auxiliando a discernir o que é realmente prudente e a agir conforme os princípios divinos.


Assim, a sabedoria nos convida a transcender nossos impulsos emocionais e a buscar a orientação da Palavra de Deus em todas as esferas da vida. Através dela, encontramos a paz, a proteção e a direção para trilharmos um caminho de propósito e realizações que glorifiquem o nome do Senhor.

5 E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Tiago 1:5

Por: Claudio Silva